Você sabia que o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência e Tecnologia, celebrado em 11 de fevereiro, foi implementado pela UNESCO e pela ONU-Mulheres, em colaboração com instituições e parceiros da sociedade civil, com objetivo fomentar o papel de mulheres e meninas na ciência?!

Segundo dados da UNESCO, a média global de pesquisadoras é de 33,3% e apenas 35% de todos os estudantes das áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) são mulheres.

A pós-doutora em Educação, Ana Crhistina Vanali, coordenadora do Comitê Científico do UniSenai PR, explica que, desde 2021, o Brasil tornou Política de Estado o incentivo à participação da mulher nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. 

Segundo ela, alguns editais que fornecem subsídios para pesquisas científicas exigem que entre os grupos de pesquisadores e bolsistas, uma certa porcentagem seja de mulheres. A professora considera que o país está avançando neste sentido, mas existe espaço para muito mais.

“Eu considero que estamos avançando nesse quesito uma vez que quando lemos estudos estatísticos, como os do IBGE, sempre temos mulheres com mais anos de estudo do que os homens. Porém, quando essas jovens se formam e vão para o mercado, os números se invertem, e os homens são os mais contratados. Contudo, a cada nova pesquisa vemos o número de mulheres aumentar”, comenta.

Pesquisadora desde os tempos da graduação

Formada em Ciências Sociais, a professora Ana Vanali conta que iniciou seu primeiro estágio no Museu Paranaense, trabalhando diretamente com pesquisa. “Lá fiquei dois anos como estagiária e depois mais sete anos como Pesquisadora responsável pelo Setor de Numismática e do Parque Histórico do Mate. Foi um período mais que maravilhoso. Aprendi como realizar pesquisa histórica, planejar e organizar exposições, organizar acervo, ministrar cursos de formação para pessoas responsáveis pelos museus no interior do estado”, conta.

No intervalo entre a graduação e o mestrado, além de trabalhar no museu, Ana começou a dar aulas em escolas estaduais. E essa é uma experiência que ela leva para a vida.

“Trabalhava durante o dia no museu e a noite dava aula em escolas estaduais. Comecei lá em Piraquara, em uma escola atrás do presídio – uma experiência que levo para a vida – lá foi a primeira sala de aula em que pisei. Chovia e o ônibus não conseguia passar na frente da escola devido ao barro, então o motorista esperava os professores colocarem sacos de lixo nas pernas para poderem chegar na escola sem sujarem os sapatos e as calças.”

Da academia para a indústria

O estágio do mestrado aconteceu em Paris, no College de France e assim que retornou ao Brasil, foi contratada por uma multinacional e lá ficou por doze anos.

“Passei dois meses em Paris, no College de France, por minha própria conta, sem bolsa da Capes. Voltei da França, sai do museu e fui trabalhar em uma multinacional, em uma equipe transversal que atendia sobretudo as equipes de engenharia, produto e processo.”

Depois dessa experiência, Ana retomou a vida acadêmica e seguiu para o Doutorado em Sociologia, incluindo um período sanduíche em Portugal, dessa vez com bolsa CAPES.

“Emendei com um pós-doutorado em educação com temática em educação étnico racial; participei de vários comitês de organizações de eventos científicos, revistas, publicações, grupos de estudos, até que em 2018 iniciei minha jornada nas Faculdades da Indústria, hoje UniSenai PR.”

Apoio à pesquisa e iniciação científica dentro do UniSenai PR

Ana Vanali é hoje coordenadora do Comitê Científico do UniSenai PR, que tem por objetivo avaliar, coordenar e incentivar a pesquisa científica dentro do Centro Universitário.

E dá só uma olhada na lista de atribuições:
•    avaliar e apoiar eventos científicos promovidos pelos cursos da instituição;
•    acompanhar e incentivar a participação de professores e alunos nos eventos científicos do UniSenai PR e externos;
•    acompanhar e avaliar os grupos de iniciação científica do centro universitário;
•    analisar propostas de pesquisas científicas onde o parecer do Comitê de Ética se faça necessário;
•    coordenar a Revista Conhecimento Interativo e Inova+ em todos os seus processos.

“Para 2024 entre as atividades previstas pelo Comitê está a criação de um grupo de Pesquisa sobre Inteligência Artificial (I.A) e Educação”, conta

Integrando as Jornadas de Aprendizagem ao Comitê Científico do UniSenai PR

Conhecida como uma disciplina transversal, prevista em todos os semestres letivos, que tem por objetivo incentivar a pesquisa científica e o desenvolvimento de novas ideias e projetos, a professora Ana Vanali explica que as Jornadas de Aprendizagem ganham ainda mais força com o Comitê Científico.

“O Comitê Científico incentiva que os resultados e discussões dos melhores trabalhos apresentados nas Jornadas de Aprendizagem sejam publicados em revistas científicas bem qualificadas. Além disso, também incentiva que os trabalhos mais significativos sejam inscritos em congressos e simpósios das diferentes áreas que nossos cursos de graduação estão inseridos.”
 

Quem inicia no caminho da pesquisa científica não pode se deixar parar

Com mestrado em Antropologia Social, doutorado em Sociologia e pós-doutorado em Educação, a professora Ana Vanali avalia que formação e estudo são fundamentais para que jovens e mulheres interessadas em trabalhar com ciência e tecnologia, também com foco em pesquisa e desenvolvimento, possam se preparar para esse mercado.

“Infelizmente, como mulheres enfrentamos muitos casos sendo desmerecidas quando demonstramos ter mais desenvoltura em certos assuntos/áreas do que os homens. Durante essa caminhada recebi muitos “nãos”, uns por eu ainda não ter a qualificação requerida, outros por eu ter qualificação demais, mas por fim as coisas sempre acabavam se ajeitando. Ainda estou na luta, pois quem inicia no caminho da pesquisa científica não tem volta. Sempre queremos saber mais, uma coisa leva a outra, e assim nunca paramos, e não podemos deixar que nos parem, se não é o que queremos.”

Incentivo que participem de quantos projetos de iniciação científicas puderem. Além disso, estágios na área também são bem importantes. Participem de intercâmbio de estudos, congressos, publicações e simpósios da área. Ou seja, busquem estar sempre no circuito.

Para mais informações entre em contato

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